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Projeto de Leitura

JOVENS LEITORES QUE ESCREVEM
Projeto de Leitura que incentiva a leitura e aposta no protagonismo juvenil através da viagem pelo mundo da leitura.
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Caro Jovem Leitor,
Nossa coluna este mês está repleta de textos de autoria e resenhas de livros lidos pelos estudantes do Polivalente de Camacã. No entanto, gostaria de deixar claro que esta coluna é sua Jovem Leitor (JL), independente de uma instituição de ensino nossa necessidade de adquirir e produzir conhecimento deve ultrapassar os muros e paredes de instituições e ser livre, independente e com capacidade de criar e reinventar. Não se prenda pelo nome da instituição que anunciamos em nosso Programa Folha Literária ou nesta coluna. Quando o tema é SER PROTAGONISTA DA HISTÓRIA OU DE NÓS MESMOS não podemos criar ‘apartheids’ podemos e devemos criar conjunções, aproximações...
Alguns JL tem nos procurado para saber de que forma podemos ampliar nossa rede de Jovens Escritores (JE), a resposta é simples: se você escreve, nos procure com seus textos e analisaremos a melhor forma de publicá-los.
Os primeiros textos são Resenhas escritas por alguns estudantes da turma do 3º Ano C do Polivalente. Estas Resenhas pretendem te instigar à leitura dos livros apresentados. Outro objetivo deste trabalho foi o de descobrir os fatos históricos na Literatura, para além do romance há um contexto histórico em desenvolvimento e nossos JL buscaram e trouxeram este contexto para vocês, este olhar, o olhar do “historiador” em construção. Em seguida, a Crônica de um boia-fria: ô vida!
Por: Profª Claudete R. Oliveira

Livro: Escrava Isaura
Autor: Bernardo Guimarães
O livro foi publicado em 1875, mas a história se passa nos primeiros anos do Reinado de D. Pedro II (1857) ainda durante o regime escravocrata. O autor procura demonstrar bem a sociedade escravista mostrando as injustiças e atrocidades da época, para com os escravos, pois a abolição de fato só ocorreria em 1888.
O relato da história de uma jovem escrava que com sua beleza desperta paixões é a cena principal do livro. Escrava branca, bonita, educada por sua Senhora que a cria como filha e... Serva. Morava em uma fazenda com seus senhores e outros escravos. Era protegida por sua Senhora que a prometia liberdade, mas não pode dá-la pois veio a falecer. Sua liberdade só chegou após fuga com seu pai.
Resenhista: Noádia Silva


O livro A Escrava Isaura conta a história de uma menina de 17 anos, filha de uma mulata e de um feitor português, branco. A menina tinha uma pele clara e, quando sua mãe morre, passa a ser protegida por sua Senhora, mulher do Comendador Almeida. Após a morte da Senhora e do Comendador, a fortuna e os escravos ficam com o único filho: Leôncio. Louco por Isaura tentava de tudo para tê-la como mulher, pois ela era sua propriedade, mas o recusava. Após muitas ameaças, Isaura foge com seu pai para uma cidade pequena onde conhece Álvaro e se apaixonam. A partir daí Álvaro passa a ser seu protetor e consegue sua liberdade. Leôncio não teve final feliz, pois perdeu sua amada, sua fortuna e sua vida ao suicidar- se.
Essa história se passa nos primeiros anos do Reinado de D. Pedro II, numa Fazenda às margens do Rio Paraíba, perto da província do Rio de Janeiro, período em que no Brasil reinava uma sociedade escravista.
Resenhista: Brenda Leal Novaes
Livro: Garibaldi e Manoela Autor: Josué Guimarães
A história relata um período marcante da história de nosso país: a REVOLUÇÃO FARROUPILHA OU GUERRA DOS FARRAPOS. É em meio a esta guerra que surge uma linda história de amor entre Giuseppe Garibaldi que era marinheiro italiano e Manoela, sobrinha de Bento Gonçalves, um dos grandes líderes da Revolução, que não concorda com o romance dos dois por receio do sofrimento futuro para Manoela.
Longos 10 anos se passam e, após a guerra Garibaldi vai embora, mas não esquece a linda Manoela, mesmo depois de conhecer e se apaixonar, se casar e ter filhos com Anita, que tinha conhecido na luta. Já velhos, Manoela e Garibaldi continuam a pensar um no outro, naquele amor impossível e impedido de se realizar.
Resenhista: Ivanara
O livro é um romance, uma história de amor entre um marinheiro italiano, Giuseppe Garibaldi e uma moça chamada Manoela.





Manoela Garibaldi Anita
Esse amor acontece em meio a um conflito, a Guerra dos Farrapos, também chamada Guerra Farroupilha que durou de 1835 a 1845, no Rio grande do Sul. A Guerra aconteceu porque os Farroupilhas (donos de fazendas de gado – estanceiros) queriam que o governo brasileiro protegesse um produto gaúcho muito importante, o charque ou carne de charque. Como não tiveram sua reivindicação concedida declararam guerra ao Brasil Império.
Bento Gonçalves, tio de Manoela foi o líder farroupilha, dono da Estância da Barra, uma grande fazenda de gado onde acontece maior parte do romance. Bento Manoel Ribeiro também foi líder farroupilha e muda de lado durante os conflitos. No ano de 1836 os farroupilhas declararam a Independência do Rio Grande do Sul que passou a ser chamado de República do Piratini.

Garibaldi sai do Rio Grande para Santa Catarina, de onde navega para Laguna e conhece Anita. Uma nova história de amor inicia-se. Anita e Garibaldi lutam juntos, vão para a Europa e têm filhos enquanto Manoela termina seus dias sozinha, na cidade de Pelotas.
Resenhista: Patrícia Rodrigues

Crônica de um boia-fria: ô vida!
Para se fazer gente, a gente passa por tantos caminhos! Sofre, chora e muito sorri para não deixar a angústia e as lamentações sejam uma constante em nossa vida. Moro num lugar que não dá nem para explicar como lá chegar. Só posso descrevê-lo para marcar um tempo que vai passar como tudo passa.
Aqui nós o chamamos de Boqueirão. É uma terra montanhosa. Minha casa fica entre as grandes elevações de terras. No final, bem lá em cima há um fechado de malva, árvores pequenas daquelas que não servem para nada, ou melhor, servem para guardar cobras e lagartos. Descendo o morro por caminhos estreitos, feito pelos animais, pode-se chegar à minha casa. Chamo de casa, lar, porque é lá que moro. Os mais enriquecidos a chamam casebre, tapera ou barraco. Ela é feita de sapê, toda ela. Seu piso é de barro vermelho batido, bem batido, para não haver acidentes.
Moro como minha mulher e meus sete filhos. O mais velho tem catorze anos e a menor está com quatro. São todos fortes, saudáveis. Uma vez ou outra tomam um vermífugo e tudo bem. A mulher é uma cabocla danada de trabalhadeira e muito honesta também. Para sustentar os filhos honestamente, trabalhamos na roça, somos diaristas, ou melhor, boias-frias. Temos um pedaço de terra, mas se formos trabalhar só nela morreremos de fome, por isso trabalhamos quatro dias nas fazendas grandes e três dias na nossa terrinha. Como já disse, minha casa é de difícil acesso, por isto nós levantamos, eu e minha mulher e os dois filhos mais velhos, cedinho, às quatro horas. Andamos até a estrada grande e pegamos o pau-de-arara às cinco horas. Quem chegar atrasado pode voltar pra casa, pois perdeu o dia. Levamos apenas um embornal com uma tigela de comida para todos; uma faquinha e umas laranjas do pé lá do quintal. Garfos? Não levamos, pois já perdemos três e para não ficar sem nenhum em casa comemos com as mãos.
Quando subimos no pau-de-arara eu sinto uma mistura de alegria, tristeza e vergonha. Alegria porque poderei comprar a comida do dia seguinte. Tristeza por saber que outras pessoas têm uma vida bem melhor que a minha e que em nada são melhores que eu. Vergonha por não poder dar uma vida melhor aos meus filhos. Eu sei que a culpa não é só minha, mas me sinto cansado demais para lutar!
Por: Claudete R. Oliveira
Até a nossa próxima viagem pelo mundo das letras!

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