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Histórias dos Alunos

Nas asas da liberdade

          Liberdade, a expressão que soa como o tinir dos sinos ou como o voar de um pássaro. É inquestionável a justificativa da guerra e a consequência da paz. Qual a liberdade de um pássaro na gaiola? Talvez o seu cantar lírico nos engane, ou também a falsa sensação de suprir todas as suas necessidades sem lhe cobrar esforço, mas na verdade o cantar é para espantar a angústia dos aguilhões e se alguém refletir um pouco mais deve perceber a nostalgia do ato de voar, que antes era para ir ao encontro do aconchego do ninho ou simplesmente para preencher um coro vocal. Se falar de privação de liberdade de um pássaro já é pesaroso, então imaginar um ser humano que nem asa possui é como perder o sentido da vida.
          Apesar dos sentidos poéticos destas palavras a privação de liberdade não é uma fábula, mas está bem próximo de nossas realidades. Os seres humanos apesar de não possuírem asas, voam bem alto através de seus sonhos, mas como um pássaro que depois de seu exuberante voar pousa num galho e se vê enlaçado numa armadilha, tal é um ingênuo sonhador, pois muitos usam da inocência e otimismo dos menos favorecidos para levá-los cativos e cortar sua liberdade da mesma forma que decepam as asas de um passarinho.
          Até parece a história da menina Dorothy, de O Mágico de Oz, que espera ir para um lugar onde as dificuldades não existam e, ao chegar lá encontra com as maiores de sua vida. Todos querem outro lugar ideal, pois são muitos os disparates no meio em que vivemos e sem livre arbítrio trocamos a nossa liberdade por nossa infelicidade.                 


Texto de: Jefferson Ferreira – 3º Ano A-M



Amando

Seu Amando era um jovem senhor
Que titubeava pelas cidades procurando um amor
Ele corria, sentindo o vento que parecia o abraçar
Mas o abraço que Amando queria
ainda havia de chegar

E foi um dia a uma breve viagem,
Tentando descansar a cabeça da sua missão
Por ironia, conheceu uma ‘’senhorinha’’
Que fez bater mais forte seu coração
Tirou seus pés do chão

Ele pediu-lhe um bom abrigo
Resolveu ficar por mais uns dias
A tal doce criatura, na mais singela inocência o atendeu
E desde então, os seus olhinhos já tão vividos
Encontravam-se dia-a-dia

Numa manhã, bem acordada a velhinha o chamou
Perguntou-lhe se era aquele o dia em que ele escolhera regressar
Ele afirmou, mas fez um pedido antes de despedir-se
Chamou sua amada para acompanhá-lo
Amorosamente ela aceitou, e lá se foi Amando...

Fernanda Maria



Versos de cantar

Sábado à noite, nada a esperar
Tranquilidade, monotonia
Pareço eu, cadê você
Vem me buscar, me abraça; invade teu lugar
Me perco nas luzes, mas a escuridão clareia o vazio aqui

Saio correndo, costumo andar assim
Sempre, sempre, sempre morro, molhado.
Ladeira acima é meu recanto
E o encanto dos teus olhos me refresca a alma
Encontrei seu lugar, mas não o encontrei

Menina, em teus seios repousam calmaria e andorinha;
Senhor meu, levai-me por onde ela for
Menina do meu amor, me veja às seis, enfim.

Cantarolando distrações imersas, sem pudor
Gentilmente amoleço o tempo em que vivo só
Não existirá mais muros, prometo
Desde que eu seja seu, eternamente, minha futura poesia.

Me perguntei um certo dia, qual seria a calmaria
Que brotaria no tal dia
Em que você ‘’se desse a mim’’
Respondi tão docemente, me olhando num espelho
Que o cantar dos pássaros revelaria a sensação
Mostrando toda a inquietude dos sabiás.

São versos raros, os que falam de saudade:
São mais profundos que os comuns
Porque retratam um sofrimento
De quem tão breve o viu chegar e partir, vir e ir

Bem sabes tu, que não és a mesma que as outras o são
Elas fazem seus papéis, minha amada
Tu porém, não te apavores, és pleno cuidado em vida!
Nenhuma das outras doces criaturas conseguiu encantar o príncipe
Teu zelo, porém, o faria.

Conquistarias tanto com teu fervor, oh Maria!
Levar-te-ia por mil rebanhos em um segundo
Se te sentasses por dez minutos, pra escutar três palavrinhas...

Fernanda Maria



Garota do verão

Garota, fruto de poesia
Diz garota linda
Canta e dança pra eu te olhar
Beija-me pra eu te amar

Toma um banho de mar
Realça a cor amarela do corpo
Balança o cabelo
Sem jeito, no ritmo das ondas.

Responde-me, amor:
Onde é que se põe teu sol?
Onde é que ele nasce por ti?
Quero nascer com ele pra você me ver...

Construirei castelos e muros e te colocarei guardada
No meu reino de areia, menina sereia, amor de mar.
Guarda tua beleza, que eu te completo e te basto.
Eu te abasteço com meu amor,
e compenso o bem que te falta no coração.
Te acalento e me levanto,
pra te doar meu canto,
perturbar teu sono com canções de amor

Fernanda Maria



Condolências
Escorreu pelos meus olhos
Naquela noite de bom clima
Toda a dor daquele dia
Em que separaram meu corpo da minh’ alma

Tremia com febre, e sangrava os poros,
Da pele que sofreu as pancadas
Das palavras duras, todas ditas
Pelos amores mais considerados

E eu chorei. Muito triste estava.
Andei pela casa, e caí sobre o tapete.
Escuro, feito o cenário do amor magoado.

O anjo zeloso guardador, e só ele,
Poderia acalmar tamanha decepção
Pois em um coração que se fecha, não existe luz.

Fernanda Maria


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